O tempo

Um dia acordou criança. 

No outro seu corpo rangia.

No meio do tempo, manchas, cicatrizes e risos

O caminho foi leve por fora

às vezes dolorido por dentro

Nada a se queixar

que não fosse escolha

Dessas talvez um repensar

Cada decisão tomada

seria refeita?

Com certeza não

Mas já não importa

O corpo range

as portas se fecham

a música prestes a dar seu acorde final

A menina que abria os olhos

enxerga espantada

alguém tão parecida com sua avó

Importa?

Ao mundo não, que passou um átimo

as nuvens rolarão

os ventos soprarão

E ela?

Findará em poeira

e voltará ao lar

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