A cada dia, para quem observar minimamente os movimentos da sociedade, das pessoas e das instituições vai se chocando cada vez mais com o idadismo.

Uso “idadismo” que é a palavra mais adequada para a forma mais acabada de preconceito contra a idade. Contra jovens e contra idosos.
Há pessoas idosas que passam quase incolumemente pelo idadismo, pois nunca escutei nada contra a idade de Jane Fonda, que está beirando os 90. Por outro lado, já escutei coisas nada elogiosas contra outra diva do cinema, Brigitte Bardot.
Na premiação do Oscar-2025 ouvimos de tudo. Creio que há um “quê” contra Demi Moore. Vem de alguma coisa do setor contra ela. Depois de 45 anos de carreira, ganhou neste ano dois prêmios. Ela tem 62 anos.
Fernanda Torres, com 59, premiada neste ano com o Globo de Ouro de Melhor Atriz, além de vários outros, estava para levar o Oscar.
As veteranas Demi Moore e Fernanda Torres foram desbancadas pela jovem de 25 anos, Mikey Madison, de “Anora”.
Aí, de fato, as redes sociais são o palco de tudo menos de seriedade. Nunca tinha visto tanto preconceito contra “esta pirralha”, nem cito outras barbaridades, pois meu artigo deixaria de ser sério.
Pretendo assistir ao “Anora” e ver de perto o desempenho de Mikey Madison. Da sua fala e de suas entrevistas me parece uma pessoa sensata, centrada e modesta. Ela é um exemplo que os preconceitos contra o “zoomers” é também idadismo.
Ouvi outras barbaridades contra o “velho” apresentador. Suas piadas para mim eram meio sem graça, mas não me dão o direito de vomitar preconceitos. Conan O’Brien, 61 anos, é famoso nos EUA. Questões de gosto.
Por isso, nosso coletivo “Metamorfose da Vida” e o “Movimento Sociedade sem Idadismo” cumpre papel essencial.
O que nos move são a vida, o convício e as conexões, com abertura ao passado, presente e futuro.
ADELI SELL é professor, escritor e bacharel em Direito.