Horizontes nº 1 – Apresentação


Em 2020, a Organização das Nações Unidas – ONU lançou a Década do Envelhecimento Saudável (2021 – 2030) e instou a Organização Mundial da Saúde e seus parceiros (no caso dos países americanos, a Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS) a que iniciassem uma campanha mundial de combate ao idadismo.

No âmbito da campanha, foi produzido o Relatório Mundial sobre o Idadismo, contendo detalhado estudo e propostas para o combate ao idadismo.

O relatório apresenta três recomendações de ações que visam ajudar as partes a implementarem a redução do idadismo.

A terceira recomendação é a origem da criação do Movimento Sociedade Sem Idadismo:

Construir um movimento para mudar o discurso em torno da idade e do envelhecimento.”

Estamos praticamente na metade da década e o que observamos é um quase total desconhecimento sobre os propósitos e ações delineadas.

Inúmeros são os estudos produzidos pela academia; milhares de profissionais da área da saúde, física e mental – gerontologia, geriatria, enfermagem, psicologia, psiquiatria e nutrição se dedicam ao cuidado com o envelhecimento; profissionais de assistência social e jurídica na proteção dos direitos básicos das pessoas idosas em situação de vulnerabilidade; milhares são as ONGs, associações comunitárias, instituições religiosas e outras que se dedicam ao suporte das pessoas idosas. Sobram “políticas públicas”.

Não obstante todo esse aparato, a questão da pessoa idosa não faz parte da pauta da sociedade. Temos uma cultura excludente e que tem medo do envelhecimento, a gerontofobia. E os níveis de violências contra pessoas idosas é alarmante, segundo mostram pesquisas.

O Brasil caminha a passos largos para ser, muito em breve, uma sociedade de “velhos” e não sabemos envelhecer. Precisamos aprender a envelhecer como sociedade.

Por outro lado, quando falamos em idadismo, também falamos sobre as práticas contra os jovens, sobre a discriminação no mercado de trabalho e nas oportunidades de crescimento pessoal. Sobre os estereótipos de que “ainda não estão prontos”. E é também para o jovens que o movimento foi criado.

A Revista do MSI nasce com o propósito de ser mais uma forma de divulgação, além das redes sociais, das ações não apenas do movimento, mas de todos quantos estejam conscientes de que é preciso mudar a cultura da nossa sociedade com relação ao envelhecimento e ao idadismo.

Artigos, entrevistas, notícias, eventos e muito mais. Não é, porém, uma revista científica, embora tenhamos membros de todas as áreas movimento.

É uma revista para mudar a cultura. E cultura não se muda de uma hora para outra, mas com muita paciência e, por que não, muita insistência. Para os jovens e para as pessoas idosas.

Boa leitura.

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