Horizontes nº 1 – Década do Envelhecimento Saudável


Por MSI

Em 2020 a Organização das Nações Unidas – ONU instituiu a Década do Envelhecimento Saudável (leia aqui) solicitando, à OMS – Organização Mundial da saúde “que iniciasse, junto a seus parceiros, uma campanha mundial de combate ao idadismo”.

“Sendo assim, a OMS, o Alto Comissariado de Direitos Humanos, o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas e o Fundo de População das Nações Unidas elaboraram o Relatório mundial sobre o idadismo para a campanha.

“Esse relatório se destina aos responsáveis pela elaboração de políticas, profissionais liberais, pesquisadores, organizações para o desenvolvimento, e membros do setor privado e da sociedade civil. Após definir a natureza do idadismo, o presente relatório resume as melhores evidências sobre a disseminação, os impactos e os fatores determinantes do idadismo, bem como as estratégias mais eficazes para reduzi-lo. A conclusão inclui três recomendações para ação, com base científica, visando a criar um mundo para todas as idades.O combate ao idadismo – ou seja, a mudança da forma como pensamos, sentimos e agimos em relação à idade e ao envelhecimento, em relação à nós mesmos e aos outros – é uma das quatro áreas de ação priorizadas pela Década do Envelhecimento Saudável. O combate ao idadismo é essencial também para conseguirmos avançar nas outras três áreas de ação: o desenvolvimento de comunidades de maneira a fomentar as capacidades das pessoas idosas, a prestação de atenção integrada e de serviços de atenção primária à saúde que atendam prontamente as necessidades das pessoas idosas e a concessão de atenção de longa duração às pessoas que necessitarem”.

O relatório apresenta estratégias para reduzir o idadismo, bem como recomendações de ações:

TRÊS ESTRATÉGIAS PARA REDUZIR O IDADISMO


Ficou demonstrado que há três estratégias que funcionam para reduzir o idadismo: políticas e leis, atividades educativas e intervenções de contato intergeracional.

Estratégia 1:
Políticas e leis

Políticas e leis podem ser usadas para reduzir o
idadismo em relação a qualquer faixa etária. Podem incluir, por exemplo, políticas e legislação que abordem a discriminação e a desigualdade por idade, bem como leis de direitos humanos. O fortalecimento das políticas e leis que visam ao idadismo pode ser conseguido por meio da adoção de novos instrumentos nos níveis local, nacional ou internacional e da modificação dos instrumentos existentes que permitem a discriminação por idade. Essa estratégia requer mecanismos de imposição e órgãos de monitoramento nos níveis nacional e internacional para assegurar a implementação efetiva das políticas e leis que abordem a discriminação, a desigualdade e os direitos humanos.

Estratégia 2:
Intervenções educacionais

As intervenções educacionais para reduzir o idadismo devem ser incluídas em todos os níveis e tipos de formação, do primário à universidade, e em contextos educacionais formais e informais. As atividades educacionais ajudam a melhorar a empatia, dissipar conceitos errôneos sobre diferentes faixas etárias e reduzir o preconceito e a discriminação ao
fornecerem informações corretas e exemplos que combatam os estereótipos.

Estratégia 3:
Intervenções de contato intergeracionais

Deve-se também investir
em intervenções de contato intergeracional que visem a fomentar a interação entre pessoas de diferentes gerações. Tal contato pode reduzir o preconceito entre grupos e os estereótipos. As intervenções de contato intergeracional estão entre as mais eficazes para reduzir o preconceito contra as pessoas idosas, e também se mostram promissoras na redução do preconceito contra os jovens.

TRÊS RECOMENDAÇÕES DE AÇÃO

Essas recomendações visam a ajudar as partes interessadas na redução do idadismo. Implementar essas recomendações requer compromisso político, participação de diferentes setores e atores, e adaptações específicas para os diferentes contextos. Quando possível, devem ser implementadas conjuntamente para maximizar o seu impacto no idadismo.

Investir em estratégias com base científica para prevenir e combater o idadismo.

Deve ser dada prioridade às três estratégias sustentadas pelas melhores evidências científicas: aprovação de políticas, adoção de leis e implementação de intervenções educacionais e de contato intergeracional. Para que haja impacto no nível das populações, essas estratégias precisam ser ampliadas. Onde tais intervenções não tenham sido anteriormente implementadas, é preciso adaptá-las e testá-las e, em seguida, expandir sua implementação assim que seu funcionamento tenha evidência demonstrada no novo contexto.

Melhorar os dados e as pesquisas para compreendermelhor o idadismo e como reduzi-lo.

Melhorar nossa compreensão de todos os aspectos do idadismo – a escala, os impactos e os fatores determinantes – é um pré-requisito para reduzir o idadismo que atinge tanto os jovens como as pessoas idosas. Deve-se coletar dados dos países, principalmente os de renda baixa e
média, usando escalas validadas e confiáveis de mensuração do idadismo. Mas a principal prioridade deve ser a elaboração de estratégias para reduzi-lo. A base de evidências para determinar a eficácia das estratégias está em crescimento, mas ainda está muito aquém do que se necessita. As estratégias existentes devem ser otimizadas, seus custos e a relação custo-benefício precisa ser calculada, e apenas então devem ser disseminadas. Estratégias promissoras, como campanhas para reduzir o idadismo, precisam ser aprimoradas e avaliadas.

Construir um movimento para mudar o discurso em torno da idade e do  envelhecimento. 

Todos nós temos um papel a desempenhar no desafio e na eliminação do idadismo. Governos, organizações da sociedade civil, agências
da ONU, organizações para o desenvolvimento, instituições acadêmicas e de pesquisa, empresas e pessoas de todas as idades podem se juntar ao movimento
para reduzir o idadismo. Se unindo uns aos outros como uma ampla coalizão,
podemos melhorar a colaboração e a comunicação entre as diferentes partes
interessadas envolvidas no combate ao idadismo.

Acesse aqui o relatório completo (pdf): Relatório Mundial sobre o Idadismo

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