No dia 24 de agosto um presidente da República saía “da vida para entrar na História”.
Exatos 70 anos depois, nasce um movimento para fazer História.
Reunidos no Chalé da Praça XV, em Porto Alegre/RS, um grupo de pessoas, movidas pela luta contra o preconceito e a discriminação em razão da idade, lançou o MSI – Movimento Sociedade Sem Idadismo.
O MSI se engaja na “Campanha Mundial Contra o Idadismo”, lançada pela OMS como uma das ações para a “Década do Envelhecimento Saudável”, definida pela ONU para os anos de 2021 a 2023.
Criado por inciativa de três pessoas – Luiz Afonso Alencastre Escosteguy, Elenara Stein Leitão e Adeli Sell – o MSI pretende ser um movimento nacional de combate ao idadismo.
Luiz Afonso Alencastre Escosteguy
Idadismo.
Não é palavrão. É coisa séria. É um baita preconceito por idade, qualquer idade. Não podemos aceitar que se diga que jovens são todos irresponsáveis, que velho “é assim mesmo”. Jovens pensam, agem e fazem do seu jeito. Já olhou para trás para saber como você agia quando jovem?
E você que trata os avós, as pessoas idosas, os velhos com desdém, como descartáveis, já parou para pensar em como você será quando tiver 70 anos?
Com o Movimento Sociedade sem Idadismo estamos fazendo um esforço para construir novas pessoas, respeitosas e livres de preconceitos. Pessoas solidárias, afáveis e verdadeiramente humanas. Estamos buscando um amplo diálogo intergeracional.
Vamos às escolas falar como pessoas idosas com a escuta respeitosa ao jovem, seja acanhado ou rebelde. Vamos abertos para escutar. Sim, escutar. Não apenas ouvir. Escutar significa entrega e empatia. Vamos atacar a soberba com o agir comunicativo. Vamos tentar uma comunicação não violenta. Vamos buscar sempre a mediação e não o conflito, não litigar o tempo todo.
Somos seres humanos em qualquer idade. Logo, não cabe o idadismo entre humanos.
Adeli Sell
Lançada a ponte
No dia 24 de agosto de 2024, lançamos as pontes oficiais de um movimento que reúne muitas vozes: o Movimento Sociedade sem Idadismo.
Surgiu da urgência de derrubar as barreiras invisíveis que separam gerações. Desde cedo, somos educados com estereótipos sobre pessoas, especialmente idosos, que não correspondem à realidade de suas vitalidades. Esses rótulos se transformam em preconceitos sutis que carregamos pela vida.
Durante as enchentes de maio de 2024, em Porto Alegre, Afonso, um dos autores de nosso pequeno livro, percebeu que, embora fosse idoso, nada sabia sobre a realidade dos idosos que perderam tudo. A partir dessa vivência, nasceu o desejo de criar um movimento capaz de desafiar os preconceitos.
Mais que meros consumidores, somos jovens, adultos e idosos unidos por uma causa: construir pontes onde antes havia muros. Foi muito importante dar este passo para reescrever a história do respeito e da inclusão para todas as idades e ver o apoio entusiasmado de várias pessoas apoiando e se unindo ao Movimento.
Elenara Stein Leitão